Início Cidades & Mineradoras Itabira: Marco Antônio Lage prioriza busca por sustentabilidade econômica

Itabira: Marco Antônio Lage prioriza busca por sustentabilidade econômica

Foto: Divulgação - Gestor municipal fala sobre estratégias e ações para que a cidade não sucumba após a exaustão das minas de ferro, programada para 2041

 

A atividade mineradora da Vale condicionou a vida de sua cidade-berço desde a concepção da empresa até hoje, oito décadas depois. A mineradora continua a influenciar diretamente Itabira, seja pelo bônus da economia e da circulação de riquezas, seja pelo ônus dos impactos da mineração. Essa relação, no entanto, sofrerá uma mudança brusca em 2041: a exaustão das minas de ferro.

Com longa carreira na iniciativa privada, sobretudo na multinacional Fiat, onde foi diretor de Comunicação e Sustentabilidade para a América Latina, o jornalista Marco Antônio Lage tem sua primeira experiência no setor público enfrentando tamanho desafio, depois de ser eleito prefeito já no primeiro pleito que disputou. O chefe do Executivo fala de estratégias e ações para que Itabira seja sustentável após a exaustão mineral em entrevista publicada na Edição Especial da Revista Cidades e Minerais. Veja um trecho:

A diversificação econômica de Itabira é tema de discussão há muitos e muitos anos. Como o senhor avalia a evolução desse tema com o passar dos tempos?

Infelizmente foram poucos avanços. Acho que o principal equívoco foi pensar que este momento da exaustão não chegaria, ou que demoraria mais a chegar. Fato é que está se aproximando. Verdade que ganhamos mais alguns anos com o novo anúncio da Vale, de que as minas se esgotam em 2041, mas isso não pode nos servir de muleta novamente. Hoje temos a Unifei Itabira, que é o projeto mais efetivo em execução, mas ainda assim muito distante da fase que era para estar atualmente. Por isso estamos trabalhando muito e contra o relógio, visando a sustentabilidade de Itabira que já resultou, por exemplo, na concepção da Faculdade de Medicina da Funcesi, uma conquista que dialoga diretamente com a Saúde, a Educação e o Desenvolvimento Econômico, três setores fundamentais para a mudança de rota que o município busca.

Além da Faculdade de Medicina, o que mais há de concreto para ajudar nessa missão?

Primeiro é preciso evidenciar o que a Faculdade de Medicina representa para Itabira. Não é simplesmente formar médicos na cidade, embora isso, por si só, já represente um grande ganho, sobretudo quando se pensa nos problemas que todos os municípios enfrentam na área da Saúde. Mas é também uma alternativa de mudança de perfil econômico a longo prazo. Estamos falando de uma nova economia que se forma, com atração de estudantes, professores e uma cadeia de negócios atrelada a essa nova realidade. Temos mapeado que o fortalecimento de Itabira como polo macrorregional de Saúde e Educação é uma das saídas para o período pós-mineração e essa Faculdade, a qual lutamos muito por ela, está inserida entre essas duas vertentes. Depois, como eu disse, temos a Unifei, que precisa evoluir não só estruturalmente, mas retomar o seu propósito como ferramenta para a diversificação. Então, avançamos para concluir a radioterapia no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), um serviço de alta complexidade que nos posiciona como uma referência macrorregional; estamos avançando com a captação de água do Rio Tanque, que é garantia de água para as próximas décadas; e estamos consolidando o Itabira Sustentável, uma plataforma ampla e que pensa Itabira a curto, médio e longo prazos.

Sobre o Itabira Sustentável, o que está sendo discutido e quando será apresentado?

É um conjunto de programas que perpassa por diversas áreas, como saúde, educação, infraestrutura, meio ambiente, desenvolvimento urbano, desenvolvimento econômico, transporte público, cultura e outras. Essa plataforma é construída com apoio de um consultoria internacional financiada pela Vale e hoje já são mais de 60 projetos que visam dotar Itabira de uma nova infraestrutura capaz de atrair a diversificação. Esses projetos estão sendo discutidos em grupos temáticos, com a participação de entidades da sociedade civil organizada e estarão resumidos em um portal na internet, com toda transparência. A estimativa é de que entre agosto e setembro todas as etapas estejam concluídas e a gente já tenha condições de apresentar de maneira oficial. A própria Faculdade de Medicina já é um produto dessa plataforma que foi entregue, com articulação da Prefeitura e financiamento pela Vale.

A entrevista completa está na Edição Especial da Revista Cidades e Minerais. A publicação pode ser adquirida pelo WhatsApp: (31) 98798-5580.

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