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Bento Rodrigues recebe primeira visita de comitiva formada por membros do Judiciário em 2024

Foto: Quel Satto/Cáritas MG|ATI Mariana - Grupo composto por membros do MPF, MPMG, AGU e TRF6 avalia impactos deixados pelo rompimento da barragem de Fundão; Reconstruída, Bento Rodrigues já abriga 60 famílias, além de marcas de um dos maiores crimes ambientais da história

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) divulgou, nesta sexta-feira (19), a realização de uma visita a Mariana feita por membros de uma comitiva que avalia regiões impactadas pelo rompimento da Barragem de Fundão, em 2015. O grupo, além de membros do MPMG, reúne representantes do Ministério Público Federal, da Advocacia Geral da União (AGU) e do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6).

De acordo com o MPMG, a ação tem como objetivo principal ouvir os relatos e preocupações dos moradores das comunidades afetadas, como Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e a zona rural de Mariana. A visita incluiu uma passagem pela sede da Assessoria Técnica Independente (ATI) da Cáritas, em Mariana. Lá a comitiva ouviu relatos sobre as dificuldades enfrentadas pelos atingidos.

Na sequência a visita foi a Bento Rodrigues, uma das comunidades mais impactadas pelo desastre. Na ocasião do rompimento da estrutura da Samarco – mineradora subsidiária da Vale e da BHP Billiton – 19 pessoas morreram no local. Elas foram soterradas pelos rejeitos de mineração, na tragédia considerada um dos maiores crimes ambientais da história, ao lado do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019.

“As imagens das ruínas e das marcas deixadas pela lama nas paredes das estruturas remanescentes ainda são visíveis, incluindo os escombros da Igreja São Bento, totalmente destruída pela tragédia”, resume o MPMG.

José Nascimento, conhecido como Zezinho do Bento, se emocionou ao chegar perto de onde morava: “Sinto uma dor no peito e vontade de chorar. Dói muito voltar em um lugar em que as pessoas viviam felizes, plantavam, colhiam e perderam tudo.”

Uma nova Bento Rodrigues

A comitiva também visitou o assentamento Nova Bento Rodrigues, construído pela Fundação Renova. Lá 60 famílias já residem novamente. Com a criação do TRF6 em agosto de 2022, os processos relativos ao desastre foram transferidos para o novo órgão do Judiciário e o primeiro compromisso público da presidente do Tribunal, desembargadora federal Monica Sifuentes, foi justamente em Mariana, já em 2024.

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Foto: Fundação Renova – Devastado pela lama, distrito passou por reconstrução e abriga 60 famílias

“Estes são problemas que a Justiça Federal ainda tem que resolver, a visita marca o compromisso do TRF6 em agir com assertividade para amenizar a situação das pessoas afetadas por esse grande trauma que causou o acidente aqui em Minas Gerais”, afirmou a magistrada.

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