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Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos: mais de 30 especialistas discutem futuro do setor mineral em evento realizado em Brasília

Imagem: MM Advocacia / C&M - Com painéis ao longo de todo o dia, o seminário colocou em pauta temas fundamentais para o futuro da mineração: desde inovação tecnológica e infraestrutura até o papel do Brasil nas negociações climáticas e na nova geopolítica dos minerais críticos e estratégicos

Brasília recebeu, na quarta-feira (28), um dos encontros mais estratégicos do setor mineral em 2025: o Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos. O evento, realizado no Kubitschek Plaza Hotel, reuniu mais de 30 especialistas de renome nacional e internacional, representantes de governos, setor privado, centros de pesquisa e organizações multilaterais.

O portal Cidades & Minerais, em parceria com a MM Advocacia, esteve presente no Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos 2025, realizando a cobertura completa das palestras e painéis ao longo do dia. A presença da equipe permitiu acompanhar de perto os debates estratégicos, entrevistas com especialistas e os desdobramentos que podem influenciar diretamente políticas públicas e iniciativas do setor mineral brasileiro

Com painéis ao longo de todo o dia, o seminário colocou em pauta temas fundamentais para o futuro da mineração: desde inovação tecnológica e infraestrutura até o papel do Brasil nas negociações climáticas e na nova geopolítica dos minerais estratégicos.

Manhã de debates reforça inovação e infraestrutura como eixos centrais

Após a abertura oficial conduzida por Fernando Azevedo e Silva, vice-presidente do IBRAM, os três primeiros painéis do evento trataram dos desafios da produção mineral e da necessidade de investimentos em tecnologia e logística.

No Painel 1, moderado por Alexandre Petermann (Ausenco), os debates foram liderados por Leandro L. Rossi (Mining Hub), José Marques Braga Júnior (Viridis Mining), Sílvia Cristina Alves França (CETEM) e Tássia de Melo Arraes (MCTI), que destacaram a urgência de inovação para tornar o setor mais eficiente e ambientalmente responsável.

Em seguida, o Painel 2, sob moderação de Maria Stela Miglorância (Casa Civil), discutiu a infraestrutura como vetor essencial para o crescimento da mineração. Participaram Emily Olson (Vale Base Metals), Henrique Carballal (CBPM), Leandro Gobbo (PLS Brasil) e Mila Corrêa da Costa (Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).

Fechando a manhã, o Painel 3, moderado por Ana Paula Lima Vieira Bittencourt (MME), reuniu representantes do downstream: Carlos Eduardo Braga Filho (Jervois Global Brasil), Ronaldo Marinho Lasmar (Mineração Taboca), Inga Petersen (Global Battery Alliance) e Constantine Karayannopoulos (Strategic Materials Advice – KLONI), apontando soluções para uma cadeia de suprimentos mais resiliente.

Tarde de estudos técnicos sobre Minerais Críticos, COP30 e geopolítica mineral amplia impacto do evento

A programação da tarde começou com a participação virtual de Tomás Bredariol, da Agência Internacional de Energia (IEA), trazendo uma análise sobre as políticas energéticas e ambientais no contexto dos minerais críticos.

Na sequência, o Painel 4 apresentou os avanços do estudo conduzido por IBRAM e CETEM sobre rotas tecnológicas para minerais críticos, base para novas políticas públicas no setor. Com moderação de Cinthia de Paiva Rodrigues (IBRAM), o painel teve contribuições de Julio Cesar Nery Ferreira (IBRAM), Lúcia Helena Xavier (CETEM) e Lucy Takehara Chemale (SGB).

O Painel 5, moderado por Rafaela Guedes (CEBRI), trouxe um panorama da oferta e demanda brasileira por minerais críticos, com destaque para os primeiros resultados de um estudo que será lançado oficialmente na COP30. Participaram: Heloísa Borges Esteves (EPE), Izabella Teixeira (ex-ministra do Meio Ambiente e conselheira do CEBRI), e Luciana Contador (CETEM).

IBRAM lança Green Paper e discute presença brasileira na COP30

O Painel 6 foi dividido em duas partes e marcou o lançamento do Green Paper do IBRAM, que pretende inserir os minerais críticos na agenda da COP30 e na discussão sobre a transição energética justa. Na Parte I, a moderação ficou com Izabella Teixeira, e contou com as participações de Ana Toni (Diretora Executiva da COP30), Laurent Javaudin (Delegação da União Europeia no Brasil), Raul Jungmann (IBRAM) e Zé Silva (Deputado Federal – FPMIN).

Na Parte II, o debate foi moderado por Raul Jungmann e teve as contribuições de Arnaldo Jardim (Deputado Federal e relator do PL 2780/2024), Carlos Omildo dos Santos Colombo (Ministério da Fazenda), Osório Coelho Guimarães Neto (MCTI) e Rodrigo Toledo Cabral Cota (Ministério de Minas e Energia).

Geopolítica fecha o dia com debate sobre acesso global a recursos estratégicos

O Painel 7, moderado pelo professor Rossandro Ramos (UNIRIO), tratou da geopolítica e dos riscos e oportunidades na disputa global por minerais estratégicos. A mesa reuniu representantes diplomáticos de três potências mineradoras: Emmanuel Kamarianakis (Embaixador do Canadá), Sarah Clegg (Cônsul do Reino Unido), e Sophie Davies (Embaixadora da Austrália), além de João Marcos Paes Leme (Ministério das Relações Exteriores do Brasil).

A cerimônia de encerramento contou com discursos de Benjamin Gallezot (Governo da França), Mauro Henrique Moreira Sousa (ANM) e Raul Jungmann.

De acordo com Jungmann, países como os Estados Unidos, Canadá, Austrália e membros da União Europeia já estabeleceram políticas públicas robustas para garantir acesso e controle sobre minerais críticos. Ele citou, inclusive, que a Agência Internacional de Energia projeta que o mercado global de minerais estratégicos salte de US$ 132 bilhões em 2023 para mais de US$ 1,1 trilhão até 2030.

Evento reforça papel do Brasil como protagonista na mineração verde

O Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos 2025 consolidou-se como um fórum técnico, político e internacional que conecta o Brasil às grandes discussões globais sobre recursos naturais.

Com temas alinhados às prioridades ambientais, tecnológicas e geopolíticas, o evento demonstrou que o país tem o conhecimento, a estrutura e os parceiros certos para se tornar um dos líderes mundiais na mineração do futuro.

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