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Historiadora concede entrevista sobre a “itabira oitocentista” e o contexto de povos escravizados na mineração

Foto: Divulgação - Maura Silveira Gonçalves de Britto é autora do livro Com Luz de Ferreiro, um importante documento sobre a mineração na região; Historiadora faz alerta sobre o processo de apagamento da memória de Itabira

 

A historiadora Maura Silveira Gonçalves de Britto concederá uma entrevista ao vivo para o canal Conecta@ Educação, no Youtube, sobre o tema “Aos pés do Cauê: tratos de trabalho de africanos e afrodescendentes nas minas de ferro, no Século XIX”. A proposta da live é “promover um diálogo com a Itabira oitocentista”, núcleo da mineração de ferro na região.

A historiadora é autora do livro “Com Luz de Ferreiro: Práticas do Ofício nas Minas do ferro escravistas, no Século XIX”. A obra foi lançada em 2021 pela editora Saberes e, como sugere o nome, traça o cenário sócio-econômico e cultural da região de Itabira à época, caracterizando, especialmente, o trabalho de pessoas escravizadas na mineração, a partir de 1808.

A entrevista será feita por Beth Adão e ficará disponível após a exibição. “A pesquisa histórica nos mostra a trajetória que marca para sempre as condições de existência Itabirana através do trabalho, suas relações com a natureza e com toda sua conformação social”, diz a sinopse. A entrevista poderá ser acompanhada ao vivo por meio do link, a partir das 20h desta quinta-feira (26).

Historiadora faz alerta

Em 2023, Maura Silveira Gonçalves de Britto, filha do também historiador rio-vermelhense radicado em Itabira Antônio Aluízio Gonçalves de Britto, já falecido, participou de uma reportagem especial do Cidades & Minerais, na qual chamou a atenção para o fato de haver um processo contínuo de apagamento da história do município, anterior à instalação da Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale) na cidade.

Maura explica que, antes mesmo do minério de ferro, o ouro também se integrava ao contexto de exploração mineral no município. “Itabira faz parte do conjunto das vilas mineiras que tiveram grande evidência na extração aurífera durante o século XVIII e, no contexto de reordenamento de capitais para uma agromineração, no século XIX, tem grande importância no abastecimento das rotas de comércio intraprovinciais”, descreve.

A historiadora também falou dos sítios arqueológicos que contêm vestígios materiais dos ofícios da Itabira Oitocentista citados na obra, mas que atualmente estão em áreas de risco de rompimento de barragens da Vale. A reportagem completa está no link.

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