Na última terça-feira (22), a Câmara Municipal de Itabira deu início à tramitação do projeto de lei 54/2025, que propõe um reajuste salarial de 4,77% para os servidores públicos municipais. A proposta, enviada pela prefeitura, foi discutida em uma reunião das comissões temporárias e fundamenta-se no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado pelo IBGE entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2024. Atualmente, o INPC apresenta um acumulado de 5,93% nos últimos 12 meses.
O reajuste beneficiará servidores da administração direta da Prefeitura, da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), do Instituto de Previdência de Itabira (ItabiraPrev) e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), além dos inativos e pensionistas. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem também estão incluídos no aumento até que o piso nacional seja revisado. No entanto, agentes comunitários de saúde (ACSs), agentes de combate a endemias (ACEs) e professores não receberão o reajuste, já que seus salários dependem do Governo Federal.
A gestão municipal justificou o reajuste abaixo do INPC citando a “instabilidade na economia mundial”, em decorrência das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e alumínio brasileiros, que podem afetar negativamente a economia local, especialmente o setor mineral, crucial para Itabira. Com a aprovação do projeto, a folha anual dos servidores aumentará de R$383.049.262,22 para R$399.497.679,15.
O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Itabira (Sintsepmi), Auro Gonzaga, participou da reunião e criticou a proposta do governo. Ele pediu um prazo de 15 dias para consultar os servidores e apresentar uma contraproposta à prefeitura. O Sintsepmi inicialmente reivindicou um reajuste salarial de 25%, além de um aumento no valor do cartão alimentação.
“O governo apresentou formalmente a proposta do reajuste de 4,77%, porém, só a inflação, achata a tabela de vencimento. O que acontece é que, apesar da inflação em relação ao salário mínimo, o servidor vai “tomar” um prejuízo de quase 3% no reajuste. O reajuste já sai defasado para o servidor”, destacou Auro.
Cartão de alimentação já havia sofrido reajustes
O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) já havia determinado um aumento no cartão alimentação dos servidores em 7,12%, elevando o benefício para R$470,01. Essa decisão foi tomada sem negociação prévia com o sindicato, conforme declarado por Auro Gonzaga em entrevista ao Diário de Itabira.