A sexta-feira (19) começou com tensão ao redor do mundo por conta de uma pane global de tecnologia. Televisões, companhias aéreas e bancos estão sofrendo com um apagão provocado por falha de atualização de sistemas de softwares de segurança, conforme as primeiras apurações. No entanto, o fato não configura um ataque cibernético.
No Brasil a pane afetou o sistema bancário. O Bradesco emitiu comunicado informando instabilidade do sistema. Voos da Azul Linhas Aéreas também registraram atraso, por conta de problemas no sistema de reservas. Durante a manhã, problemas pontuais foram registrados no Aeroporto de Confins.
A Rede BBC mencionou relatos de diversas operações suspensas em diferentes partes do mundo. Voos não puderam decolar no aeroporto de Sydney, na Austrália. Companhias americanas Delta e United Airlines também suspenderam todos os seus voos. Houve um apagão na bolsa de valores de Londres e linhas de trem também estão suspensas. Na capital da Inglaterra também houve registros de atrasos de voos.
Diversos canais de TV ficaram fora do ar. A polícia no Estado americano do Alasca noticiou um apagão nas linhas de telefone de emergência e publicou em redes sociais: “muitos call centers de emergência e de 911 [o número de emergência nos EUA] não estão funcionando devidamente no Estado do Alasca”.
Pane na Crowdstrike
Várias entidades e empresas privadas indicaram um problema técnico com softwares da empresa de segurança Crowdstrike em sistemas Windows, da Microsoft. A Crowdstrike divulgou um comunicado afirmando que o apagão global se deveu a um problema de atualização de sistema. A empresa de segurança online foi fundada em 2011 com o objetivo de proteger algumas das maiores empresas do mundo de ataques cibernéticos.
A Crowdstrike é especializada em proteção de segurança e busca evitar que softwares ou arquivos maliciosos atinjam redes corporativas. A empresa também é focada em proteção de dados para empresas que migraram suas bases de seus próprios computadores para servidores em nuvem, de acordo com a BBC.
A empresa, fundada no Texas pelos empreendedores George Kurtz, está listada na bolsa Nasdaq desde 2019 e divulgou um comunicado nesta sexta-feira, assinado pelo CEO George Kurtz. Ela afirma que o apagão global não se trata de um ataque cibernético, mas sim de um defeito em uma atualização de sistema.
“A Crowdstrike está ativamente trabalhando com clientes impactados por um defeito encontrado em uma atualização de conteúdo para servidores Windows. Servidores Mac e Linux não foram impactados. Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, afirma a nota.
“O problema foi identificado, isolado e um conserto está sendo feito. Encaminhamos os clientes ao portal de suporte para as mais recentes atualizações e vamos continuar oferecendo atualizações completas e contínuas em nosso site.”
A Microsoft também emitiu uma declaração, através de seu porta-voz: “Estamos cientes de um problema afetando aparelhos Windows devido a uma atualização de uma plataforma de software terceirizada. Nós avisamos que uma solução está por vir”.
* Atualizado às 12h35