Empresas & Negócios: Valenet projeta expansão para BH e outras regiões de Minas

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A Valenet, fundada há 25 anos em Itabira, é hoje uma das principais provedoras regionais de banda larga de Minas Gerais e está, cada vez mais, pensando em alçar voos mais altos para 2023. Uma das projeções da empresa é promover um crescimento de 50% na base de assinantes, ainda neste ano, com a ajuda de aquisições e parcerias para expansão de rede. Por outro lado, a marca também possui desafios a serem encarados, como a inadimplência.

O principal impulso para o movimento estratégico são os mais de 160 mil acessos no Estado, após aquisição recente da CMT Telecom, na cidade de Mariana. A companhia ressaltou estar concentrada em novas aquisições nas mesmas dimensões (de 15 a 20 mil assinantes) neste ano. Com isso seria possível, por exemplo, tornar a marca ainda mais reconhecida em Belo Horizonte.

A empresa ainda garante que dois alvos estariam em fase final de negociação, o que já atenderia parte da meta de 80 mil novos clientes. Segundo o diretor operacional e fundador da Valenet, Emerson Reis, a empresa tem capacidade de geração de caixa e acesso para captação de recursos que permitiriam a execução da estratégia. Para 2023, a provedora trabalha com projeção de faturamento de R$ 250 milhões

“Há grande pulverização de provedores e acredito que o mercado tem que passar por consolidação. Quem está melhor estruturado deve provocá-la”, afirmou o diretor da Valenet, que já protagonizou 10 aquisições em Minas Gerais sem contar com sócios estratégicos.

Para cumprir a meta, a Valenet também estuda a utilização de redes neutras, diz a diretora comercial e fundadora da operadora de banda larga, Michele Reis. Segundo ela, critérios como qualidade, instalação e atendimento serão essenciais para o sucesso de conversas em curso com mais de um player de FTTH neutro.

Tal modelo poderia ser utilizado, por exemplo, na região de Belo Horizonte, onde o número grande de competidores tem impedido uma expansão mais rápida (a empresa tem 16 mil acessos na capital). Um eventual ingresso em outros estados também poderia utilizar a rede neutra de fibra.

Ajuda federal

Atualmente, a Valenet teria cerca de 1 milhão de casas passadas (Home Passed – HP’s) com fibra e uma taxa de ocupação de rede por clientes de cerca de 16%. Algo que, segundo a empresa, pode ser incrementado durante 2023. Para isso, a operadora conta com políticas de subsídios ao consumo em áreas vulneráveis, ato que também merece a atenção do Governo Federal. “Se esperarmos a melhora da renda e a geração de emprego, vamos continuar com mais de um quarto do Brasil desconectado”, afirma Emerson Reis.

Porém, um dos possíveis empecilhos para o planejamento da empresa seria a inadimplência, responsável por mais de 50% do churn de clientes da operadora regional. De acordo com a Valenet, num cenário competitivo acirrado, provedores regionais estariam “tomando inadimplentes” uns dos outros.

Por outro lado, um destaque no âmbito comercial seria a proposta que oferece pontos de acesso mesh para clientes de banda larga fixa, no regime de locação. Hoje, 90 mil equipamentos para ampliação da cobertura Wi-Fi estão instalados a partir do formato de pagamentos mensais.

Segmento Corporativo

Outro segmento com muito potencial de crescimento é o corporativo. Segundo Michele Reis, um quarto das receitas da Valenet vem do B2B, em patamar ainda maior no caso da recém-adquirida CMT. O foco são contas grandes e médias, além de fatia relevante de prefeituras nas cidades onde atua. Além disso, também podem ser citadas como apostas da operadora o desenvolvimento de soluções para cidades inteligentes (smart cities), passando por controle de tráfego, serviços de videomonitoramento, comunicação em serviços essenciais e WiFi público.

Sobre a demanda de operadoras 5G pelos ativos de fibra dos provedores, Emerson Reis aponta que há mais interesse das grandes por parcerias para swap de fibra do que contratação de capacidade para a conexão de torres. A própria Valenet tem flexibilizado política interna e negociado swaps que devem viabilizar uma rota BH-São Paulo-Rio ao lado de duas operadoras, reduzindo custos operacionais de transporte. A empresa mineira também mira acordos para o Espírito Santo.

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