O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta quinta-feira (6) que irá modificar as tarifas sobre o aço e alumínio, anunciadas no início de fevereiro. Embora não tenha dado detalhes sobre as alterações, a decisão pode trazer consequências significativas para o mercado internacional, incluindo o Brasil.
Alterações nas tarifas de aço e alumínio: impacto global
As medidas originalmente previstas impunham uma taxa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio feitas pelos Estados Unidos, com implementação marcada para o dia 12 de março. Essa ação foi parte de uma das promessas de campanha de Trump, com o objetivo de proteger a indústria siderúrgica norte-americana, ao taxar produtos estrangeiros.
A mudança pode afetar países com grandes volumes de exportação desses produtos para os EUA, como México, Canadá e Brasil, além de outros países da Ásia e da Europa. Inicialmente, a medida gerou especulações sobre as consequências para os países exportadores, incluindo o Brasil, que tem grande participação no fornecimento de aço para os Estados Unidos.
Brasil e a exportação de aço para os EUA
Apesar de até agora o Brasil ter sido excluído da aplicação direta das tarifas, ele continua sendo um dos principais fornecedores de aço para os EUA. Em 2024, o país foi o segundo maior fornecedor, atrás apenas do Canadá, de acordo com dados do Departamento de Comércio norte-americano. Em 2023, os Estados Unidos compraram cerca de 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço.
O Brasil já havia sido mencionado por Trump como um exemplo de país que poderia ser taxado. O presidente dos EUA afirmou que o Brasil “rouba” os Estados Unidos com as tarifas sobre produtos norte-americanos.
Em fevereiro, Trump assinou um memorando que poderia implicar tarifas recíprocas, estabelecendo a cobrança de tarifas adicionais a países que dificultem o comércio com os EUA. As taxas seriam implementadas em abril e têm gerado apreensão no setor industrial de vários países, incluindo o Brasil.
O cenário ainda é incerto, mas a possibilidade de um aumento nas tarifas de importação de aço e alumínio pode afetar a competitividade das exportações brasileiras, afetando diretamente o setor siderúrgico nacional.