Minas Gerais enfrenta uma das piores crises de incêndios florestais dos últimos 14 anos. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o estado já contabiliza, só em 2024, mais de 3,6 mil focos de incêndio em áreas de vegetação, o maior número registrado desde 2010.
Entre as regiões mais afetadas estão a Serra da Moeda e o Parque Nacional da Serra do Cipó, locais que enfrentam vasta destruição da biodiversidade.
Na Serra do Cipó, mais de mil hectares de vegetação foram atingidos. Equipes compostas por mais de 50 voluntários, bombeiros e agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão na linha de frente do combate às chamas.
Segundo Daniel Guimarães, brigadista voluntário que participa das ações na Serra do Cipó, o trabalho tem sido intenso. “Estamos aqui em combate há três, quatro dias já, mas continuamos firmes”, afirmou em entrevista à imprensa.
A área é de extrema importância ambiental, com regiões de preservação permanente que protegem nascentes e córregos essenciais para o ecossistema.
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no estado, Sérgio Augusto Domingues, alerta para as graves perdas causadas pelos incêndios, especialmente em matas de galeria. “Apesar da vegetação composta pelo Cerrado, que é mais resistente ao fogo, as matas de galeria, que protegem os cursos d’água, sofrem uma perda quase irreparável”, lamenta.
Na Serra da Moeda, o incêndio iniciado próximo à BR-040 já devastou cerca de 600 hectares. Apesar do controle das chamas nas proximidades das residências, as autoridades permanecem em alerta.
Incêndios: como denunciar?
Provocar incêndio em matas ou florestas é considerado crime ambiental no Brasil, conforme prevê a Lei 9.605/98. A prática pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.
Em situações agravantes, como riscos à vida, propriedades ou áreas de preservação, a punição pode ser ainda mais rigorosa.
Além das penalidades legais, os incêndios causam grandes impactos à sociedade, como interrupções no fornecimento de energia, destruição de habitats e aumento da poluição do ar.
A participação da população é crucial. Medidas simples, como apagar corretamente restos de fogueiras em acampamentos, evitar jogar bitucas de cigarro em áreas rurais e não deixar garrafas expostas ao sol, podem fazer a diferença.
Em caso de incêndios ou suspeitas de queimadas ilegais, é fundamental denunciar imediatamente.
Os canais disponíveis para contato são o telefone 116, da Cemig, e o 193, do Corpo de Bombeiros.
Denúncias anônimas também podem ser feitas pelo telefone 181.