Até o ano de 2030, projeta-se que o mercado global de carros elétricos terá vendas anuais variando de 40 milhões a 50 milhões de unidades e o extração do “lítio verde’ é cada vez mais requisitado.
Esse crescimento significativo despertou o interesse de empresas multinacionais envolvidas na extração de “lítio verde’, já que esse mineral essencial é usado na produção de baterias e muitas vezes é chamado de “ouro branco” devido à sua alta demanda.
Conheça o potencial do Vale do Jequitinhonha na extração do “lítio verde’
O Vale do Jequitinhonha, localizado em Minas Gerais, tornou-se um destino atrativo para essas empresas. Além da abundância de lítio na região, tem se destacado por oferecer uma abordagem sustentável para a produção de lítio, o que tem chamado a atenção de investidores e se diferenciado de fabricantes tradicionais de outros países.
A Sigma Lithium, empresa multinacional fundada no Brasil, registrada no Canadá e listada na bolsa de valores americana Nasdaq, recentemente iniciou suas atividades comerciais nas cidades de Araçuaí e Itinga, realizando um expressivo investimento de R$ 3 bilhões. Além disso, a empresa planeja expandir ainda mais sua produção e destinou mais R$ 400 milhões para isso.
Outras três grandes mineradoras internacionais estão se instalando no Vale do Jequitinhonha – Atlas nos Estados Unidos, Latin Resources na Austrália e Lithium Ionic no Canadá, todas com projetos de produção sustentável alinhados à abordagem da Sigma.
Outra empresa australiana, a Si6 Metals, comprou neste mês 50% da brasileira Foxfire, que vende minas e possui ativos na região e em outros estados. As gigantes Rio Tinto e Vale também estão avaliando projetos na área.
A Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e a AMG Brasil, que já possuem operações de mineração de lítio em Minas Gerais, também têm planos de expansão para competir no mercado de baterias automotivas.
Região pode ganhar investimento de R$ 15 bilhões até 2030
O Ministério de Minas e Energia (MME) calcula que, só no vale do Jequitinhonha, a produção de “lítio verde” e seus derivados poderá receber investimentos da ordem de R$ 15 bilhões até 2030. A região, que concentra 85% das reservas comprovadas de lítio do país, é conhecida como “Vale do Lithium” – uma região que envolve 14 cidades.
O argumento da produção sustentável é a não utilização de produtos químicos nocivos no processo produtivo, a ausência de barragens e o 100% de reaproveitamento da água poluída captada no rio Jequitinhonha e tratada na mina. Uma grande diferença em relação à maioria das mineradoras em outras partes do mundo é a disponibilidade de energia 100% renovável.
Por ser um mineral de alta concentração e ser processado de forma considerada mais sustentável, seu preço de mercado do “lítio verde” é bem superior aos de muitos fabricantes, chegando a US$ 4 mil por tonelada.
Nesse ano, o grupo espera processar 130 mil toneladas de minério, volume que, anualizado, chegará a 277 mil toneladas operando com uma cava. Beneficiado, o lítio será usado em baterias de 360 mil veículos.